RJ: Leader pede recuperação extrajudicial
03/01/2017 13:12A Leader entrou com pedido de recuperação extrajudicial na Justiça do Rio de Janeiro na última quinta-feira, após fechar acordo com um grupo de 172 credores. Eles representam 72% da dívida de R$ 222,43 milhões que a varejista fluminense tem com fornecedores. A empresa quer estender os termos do acordo aos demais fornecedores, e garantir ainda proteção contra eventuais ações e execuções.
A decisão é parte do processo de reestruturação de dívidas da companhia, que se intensificou desde que o Fundo Legion — de Fábio Carvalho, sócio e presidente do Conselho da Casa & Vídeo — comprou a varejista do BTG Pactual em meados de 2016. Atualmente, a dívida total da empresa é superior a R$ 1 bilhão.
No início de 2016, já havia no mercado temor de que a Leader pedisse recuperação judicial. A empresa, contudo, concentrou esforços em negociar diretamente com seus credores para, depois, chegar à Justiça já em melhores condições.
PROCESSO MAIS RÁPIDO
Na recuperação extrajudicial, o processo é mais ágil, defende a varejista. A proposta acordada com os 172 fornecedores prevê que os pagamentos sejam feitos em 84 parcelas mensais, sem descontos.
— A recuperação extrajudicial, ao ser homologada, garante uma forma equânime de tratamento a todos os credores daquele mesmo grupo. E é mais ágil. O pagamento aos credores pode acontecer em menos de dois meses — explica a advogada Juliana Bumachar, especialista em recuperação de empresas.
Ela esclarece que em uma recuperação judicial, em que entrariam todos os credores da companhia, o processo levaria ao menos três anos para ser concluído.
O foco da Leader é reestruturar a dívida para adequar as despesas ao novo fluxo de caixa, atualmente deficitário. As despesas totais já foram reduzidas em 40%. Grande parte dessa economia veio como resultado do fechamento de 40 filiais do grupo ao longo de 2016. Juntas, essas filiais não chegavam a 10% da receita total, diz a Leader.
A maioria das unidades que teve operações encerradas, conta uma fonte próxima à companhia, é da marca Seller — rede paulistana adquirida pelo grupo em 2013. No Rio, baixaram as portas uma unidade em Duque de Caxias e outra no Shopping Guadalupe, na Zona Norte. Ao todo, a rede tem 128 lojas no Brasil. Não há previsão de fechar outras unidades ou demitir funcionários, garante a Leader.
A dívida bancária — outra grande pedra no caminho para a recuperação da Leader — também vem sendo renegociada. A empresa garante que já chegou a um acordo para equacionar perto de 80% do valor devido a instituições financeiras.
À ESPERA DE UM REFIS
O eventual lançamento de um Programa de Recuperação Fiscal pelo governo fluminense poderá aliviar as dívidas tributárias da Leader, diz uma fonte próxima à companhia. "Caso o governo do estado anuncie um Refis, a Leader deve aderir, num esforço para botar as contas em dia".
O pedido de recuperação extrajudicial à Justiça foi enviado à 3ª Vara Empresarial do Tribunal do Rio. Com o recesso do judiciário, o processo somente será avaliado a partir do dia 9.
Fonte: Revista Amazônia
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